As novas perspectivas do plástico
Ensaio Pré-selecionado de Paula Dau e Fabio Figueiredo
A onipresença do plástico no mundo teve seu início na segunda metade do século XX, sendo produzidos mais de sete bilhões de toneladas desse material. A chamada cultura descartável transformou o plástico em uma tendência, quando, em fins da década de 1950, a economia se apresentava impulsionada pela necessidade de consumo cada vez maior de recursos.
Os produtos descartáveis passavam, em meio a uma economia capitalista, a se destacar como símbolo de um estilo de vida moderna — adquirir de forma rápida e consumir de forma fácil. Diante dessa nova tendência, a demanda por plásticos cresceu e surgiram problemas com relação ao descarte desse material.
A crença na reciclagem surge enquanto possível solução para o uso crescente do plástico, mas o que os dados apresentam são percentuais cada vez menores envolvendo essa prática como opção de redução da geração de lixo. Segundo a World Wide Fund For Nature (WWF), as estatísticas apontam o Brasil como o quarto maior produtor de lixo plástico, reciclando apenas 1,28% sobre uma produção de 11,3 toneladas por ano desse material. Em dados gerais, o gigante da América Latina recicla 3% dos cerca de 79 milhões de toneladas de lixo que produz ao ano.
Apesar de impulsionar a economia global, o consumo e a produção causam danos à saúde do planeta por meio do uso não sustentável dos recursos naturais, de acordo com o relatório das Nações Unidas (Objetivo 12 — Responsible consumption and production/ The Sustainable Development Goals Report — 2020). O lixo enquanto “uma narrativa sobre pequenos hábitos cotidianos de uma sociedade, é reflexo do que somos e do que temos”, como pontua o Atlas do Plástico — 2020.
Apresentando-se como um problema caro e destrutivo, plásticos de uso único são descartados a uma velocidade e quantidade que a natureza não consegue absorver, como ressalta a especialista em gestão ambiental Sylmara Lopes Gonçalves Dias — EACHUSP. A poluição por plástico nos ecossistemas da Terra se torna crescente, podendo triplicar até o ano de 2040 conforme estudos publicados na revista científica Science.
A incerteza sobre a quantidade desse material depositado nos mares leva estudiosos a acreditarem que 11 milhões de toneladas de resíduos plásticos alcancem o oceano anualmente, podendo haver em 2050 mais plásticos no mar do que peixes. A poluição plástica é apresentada por especialistas como o novo câncer do oceano, tendo seu início em terra através de sua produção, consumo e descarte, representando, aproximadamente, 80% dos plásticos encontrados nos mares. O plástico persiste trazendo efeitos adversos para a natureza e para a humanidade.
Com a nova data do Paraty em Foco — DE 27 a 31 de OUTUBRO -, as inscrições da Convocatória PEF 2021 ficarão abertas até 19 DE SETEMBRO. Agradecemos a participação de todos pela confiança no trabalho do Paraty em Foco e sua Equipe. O resultado final será divulgado no dia 03 de outubro. Participe, não deixe para a última hora. Você poderá ser um dos protagonistas desta edição. Confira o regulamento: https://www.pefparatyemfoco.com.br/regulamento-2021